segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lei de Salva!

LEI DE SALVA!




A Lei de Salva é tão antiga quanto o uso da Magia. Existe desde que a humanidade nasceu.

Os magos do passado jamais se descuidaram de sua regra, ou seja, da lei de compensação que rege toda ou qualquer operação mágica, quer seja para empreendimentos de ordem material, quer implique em benefícios humanos de qualquer natureza, especificamente nos casos que são classificados na Umbanda como de demandas, descargas, desmanchos, etc. Dessa Lei de salva ou regra de compensação, dos primitivos magos ou sacerdotes egípcios a denominação de Lei de Amsra...

Nenhum magista pode executar uma operação mágica tão somente com o pensamento e “mãos vazias” – isto é, sem os elementos materiais indispensáveis e adequados aos fins...

Qualquer ato ou ação de magia propriamente dita requer os materiais adequados, sejam eles grosseiros ou não. Vão dos vegetais ás flores, aos perfumes, aos incensos, às plantas aromáticas, das águas dessa ou daquela procedência até ao sangue do galo ou do bode preto.

A questão é definir o lado: - ou é esquerda ou é direita, negra ou branca.

Ora, como toda ação mágica traz sua reação, um desgaste, uma obrigação ou uma responsabilidade e uma conseqüência imprevisível (em face do jogo das forças movimentadas) é imprescindível que o médium magista esteja a coberto ou que lhe seja fornecida a necessária cobertura material financeira a fim de poder enfrentar a qualquer instante possíveis condições...

Então é forçoso que tenha uma compensação. Aí entra a chamada Lei de Salva ou simplesmente a SALVA.

Mesmo porque, todo aquele que dentro da manipulação das forças mágicas ou de magia, dá, dá e dá sem receber nada, tende fatalmente a sofrer um desgaste, pela natural reação de uma lei oculta que podemos chamar de vampirização fluídica astral, que acaba por lhe enfraquecer as forças ou as energias psíquicas...

E naturalmente a regra dessa Lei de Salva se baseia no senso de honestidade: “de quem tem peça três, tire dois e dê um a quem não tem; e de quem não tem nada peça e dê o seu próprio vintém”...

É claro que essa Lei de Salva ou de compensação, própria e de uso exclusivo em determinados trabalhos de magia, não pode ser aplicada em todos os “trabalhinhos” corriqueiros que se pretenda ser de ordem mágica.

Pra isso, só quem pode manipular a magia da esquerda e da direita, na Umbanda, é o médium magista (e naturalmente as entidades – Caboclos e Preto-Velhos e outros, também quando outorgados ou capacitados para isso). E já definimos como ele é, porque “todo operário é digno de seu salário”.

Já o próprio kardec reconhecia algo sobre a função mediúnica retribuída, mesmo levando-se na devida conta que, por lá, os trabalhos de certos médiuns não abrangiam um âmbito mágico propriamente considerado, quando fez, após uma serie de ponderações de ordem moral sobre o papel do médium, a seguinte observação, muito positiva até: - Postas de parte essas considerações morais, de nenhum modo contestamos a possibilidade de haver médiuns interesseiros, se bem que honrados e conscienciosos, portanto há gente honesta em todos os ofícios. Apenas falamos do abuso. Mas é preciso convir, pelos motivos que expusemos em que mais razão há para o abuso entre os médiuns retribuídos, do que entre os que, considerando uma graça as faculdades mediúnicas, não a utilizam senão para prestar serviço.

O grau de confiança ou de desconfiança que se deve dar a um médium retribuído depende, antes de tudo, da estima que infundam seu caráter e sua moralidade, além das circunstancias. O médium que, com um fim eminentemente sério e útil, se achasse impedido de empregar o seu tempo de outra maneira e, em conseqüência, se visse exonerado, não deve ser confundido com o médium especulador, com aquele que premeditadamente faça da sua mediunidade uma indústria. Conforme o motivo e o fim podem, pois, os Espíritos condenar, absolver e até auxiliar. Eles julgam mais a intenção do que o fato material.

Bem, um médium magista de fato, compenetrado de suas responsabilidades e bastante tarimbado nas lides da magia, sabe que a qualquer momento, pode estar sujeito a enfrentar os choques do astral inferior que ele combateu, mesmo porque, de tempos em tempos, precisa, inapelavelmente, refazer energias, tudo a par com certas afirmações ou preceitos especiais que sua atividade astral, espiritica e mágica requer, além de ter sempre que se pautar por um sistema de alimentação especial e uma exemplar conduta sexual, bem como, pelo menos uma vez por ano, se afastar para o campo, para haurir os ares da pura natureza vegetal.

Por tudo isso ele pode aplicar a Lei de salva, que faculdade que lhe foi dada, de ser compensado nesses gêneros de trabalhos.

Enquanto se conservar ele cônscio desses direitos, e cônscio também do equilíbrio da regra, tudo está certo e tudo lhe correrá bem...

Mas o que tem acontecido a muitos? Começam abusando da regra da Lei de Salva, começam a cobrar em demasia, já sem levar na devida conta quem tem mais ou quem tem menos, sem destinar coisa alguma a obras de caridade, deixando-se dominar pela ganância. “Passam até a inventar que tudo é magia negra e que os que os vão procurar, para qualquer serviço ou com uma mazela qualquer, estão “magiados” e arrancam o dinheiro ‘a torto e a direito”, a ponto de, para manter tal situação, ter que derivar para a magia negra mesmo...

Nessa altura – é lógico – já escorregaram para a exploração e já devem estar conscientes de que a qualquer instante podem entrar na “força da pemba porque erraram”, continuam errando, infringindo as regras da magia, da qual também são (dentro de seu grau), um guardião...

É triste vermos como a queda desses verdadeiros médiuns magistas é vergonhosa, desastrosa até...

Começa a acontecer cada uma a esses infelizes!

Desavenças no lar, separações, amigações, neuroses, bebida, jogo e uma série de “pancadarias” sem fim, inclusive o desastre econômico, com a perda do meio de vida regular que tenha, e no final de tudo, verdadeiros trapos-humanos, atiram-se à sarjeta...

Mas não devemos confundir os casos de decadência com essa coisa que anda por aí, generalizada como “umbanda”, com seus “terreiros” onde se pratica de tudo, onde todo mundo é “médium”, babalaô, etc.; fazem e desfazem, quer por vaidade e muito mais por ignorância e fanatismo.

Nem todos os Médiuns de umbanda são magistas, nem todos receberam essa condição especial, essa outorga...

Diremos mais: nem todos os caboclos e Preto-Velhos e outros tem também essa outorga ou essa ordenação, esse direito de lidar com as forças mágicas ou de magia...

Surpreso, irmão umbandista? Pois bem, nem todos os protetores da Corrente de Umbanda estão no grau de Guias e de outros mais elevados.

A maioria é de protetores auxiliares, que ainda não subiram á condição daqueles, isto é, de serem aceitos ou filiados á Corrente Branca dos Magos do Astral.

O que lhes estará faltando para isso?

A competência exigida? A experiência indispensável? A sabedoria adequada? Os segredos da ciência mágica? Uma complementação de ordem cármica?

Talvez tudo isso, ou parte disso, para poder entrar nessa citada ordenação. O fato é que nem todos os Caboclos, Preto-Velhos, etc... Tem as ordens e os direitos de trabalho para entrar com as leis da Magia na órbita mediúnica de uma criatura médium de Umbanda...

Por isso é que eles se definem logo, no principio positivo de suas manifestações, dizendo: - trago esta ou aquela ordem posso fazer isto ou aquilo; vou trabalhar dentro de tal ou qual limite, etc...

Agora, se o médium, por conta própria, influenciado pelo que ouve e vê dos outros, e para que não o julguem mais fraco, começa a fazer aquilo que não deve, ou a querer botar a mão onde não alcança fiado na sua simples cobertura mediúnica, está errado, vai-se embaralhar, vai-se perder.

É bom lembrarmos, com relação ao exposto, que cada qual usa de seu livre arbítrio como quer; nem Jesus pode limitar o exercício do livre arbítrio de uma criatura, pois esse foi reconhecido por Deus, já na condição de ser LIVRE, desde o principio carmico desta via de evolução, até o fim – por toda a eternidade.

Somente Ele – Deus – que está acima de toda ou qualquer Lei, é que sabe por que assim foi assim é assim será.

E como arremate nesses fundamentos: - um médium de Umbanda pode não ter o grau ou a condição de magista (ser apenas um simples veículo dos protetores auxiliares, e nesse caso está fora de cogitação que possa ter na sua órbita mediúnica um guia magista), estar dentro somente dos poderes inerentes a seu mediunato, e ter entre seus protetores mais elevados um guia, caboclo ou Preto-velho, possuidor da Ordenação mágica ou de magia.

Então, esse protetor, esse guia pode - é claro – executar através do médium qualquer espécie de trabalho mágico, o que independe do livre arbítrio do seu médium e de sua condição de ser ou não ser magista.

Apenas a salva, para a entidade de guarda do dito médium, fica sempre, a critério da entidade, que geralmente não pede essa compensação em dinheiro – ou pede velas, óleo ou azeite para iluminação do “congá” ou outro elemento qualquer que julgue suprir essa injunção.

E ainda quanto aos materiais usados na operação mágica ou trabalho, é ainda a própria entidade do médium que costuma pedir ou indicar, pois é ela quem vai operar ou executar.

Finalmente, o que desejamos que fique bastante claro aqui é o seguinte: o médium que não é magista de berço ou que não conseguiu adquirir essa condição não tem autoridade para fazer trabalhos de magia por conta própria, pretendendo usar para seu proveito a Lei de Salva, fiado no seu protetor ou guia que é mago. Não!

Ele não lhe dará cobertura para esse fim; essa entidade não pode arriscar-se a infringir a Lei que rege o assunto, mesmo porque não costuma acobertar a insensatez ou a ganância do médium e muito menos a sua teimosia, pois, para isso, já deu as diretrizes que ele – médium – deve seguir desde o principio.

Em suma: - trabalhos de Magia, por conta própria, dentro da Lei de Salva, só pode manipular o genuíno médium magista que está outorgado, capacitado para isso; tem ordens e direitos de trabalho e, consequentemente, enquanto obedecer às regras da lei da magia, mormente nas cobranças legais da salva, tem toda cobertura para tudo que fizer.

Fora disso é insensatez, é ignorância, é ousadia, é exploração, é vaidade ou é qualquer coisa que se queira ostentar ou pretender, mas, nunca, o uso de um direito que só tem quem pode...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Feitura de Santo! (Relato de Vovó Catarina).

Feitura de Santo! (Relato de Vovó Catarina)!



Os Cultos Afro-Brasileiros utilizam em seus rituais o método de preparação do individuo ao chamado ritual de “santo”. Ele se recolhe por um período, mais ou menos longo, numa “camarinha”, espécie de cômodo onde ele fica recluso, conforme a nação do Candomblé, ou seja, Gêge, Ketu, Angola ou outra. Durante o período de reclusão, o filho-de-santo vai estreitando os laços fluídicos com o elemento dominado por seu Orixá, ou seja, se for Oxossi o orixá do filho, ele assimila o magnetismo das folhas e matas, pois no Candomblé, Oxossi é considerado o responsável por essa parte da natureza, e assim por diante; se for Oxum, assimila as energias das fontes das águas doces; se iemanjá, das águas salgadas, embora seja isso muito deturpado nos terreiros que mantém tais rituais. Passado o período que o culto exige, é realizada a raspagem do cabelo para se fazer a parte final. Apanha-se uma pedra, que nesses cultos é chamada de otá, por processos normalmente conhecidos pelo pai ou pela mãe-de-santo. A força corresponde ao orixá é magnetizada nesse otá e na cabeça do filho-de-santo, e, em alguns casos, é feita uma pequena abertura no alto da cabeça, mais ou menos no lugar que corresponde ao chacra coronário. Aí é fixada a força do santo ou orixá, que passa a ter domínio sobre quem se submete a ele. Ma o que nem todos sabem é que, quando se realiza a matança de animais e se derrama o sangue sobre o otá, ou pedras sagradas dos candomblés, atraem-se energias pesadas e entidades primitivas que se alimentam desse energismo primário, como vampiros.

À medida que, mensalmente, se vão alimentando essas entidades com energias animalizadas e fluido vital de animais sacrificados, vai-se criando um elo mais forte entre o filho do orixá e essas forças astrais que se utilizam de tal energia. Estreita-se o laço de união e a dependência entre ambos, criando-se uma egrégora doentia, mórbida e de baixíssima vibração, que cada vez mais quer ser atendida em seus pedidos grosseiros. Tem inicio ai a magia negra, com seus rituais sombrios que tem feito muitas vitimas pelo mundo afora.

Mas o processo não termina ai. Quando o tal filho-de-santo desencarna, encontra-se prisioneiro dessas entidades que se manifestavam como santos ou orixás; passa a ser presa deles nas regiões pantanosas do além-túmulo. Em processos difíceis de descrever, inicia-se um intercâmbio doentio de energias entre os dois, e posso lhe afirmar – se não fosse pelos caboclos e pretos velhos, auxiliados pelos guardiões na tarefa abençoada de resgatar esses filhos, dificilmente os pobres se veriam livres da simbiose espiritual que lhes infelicita a existência deste lado da vida. Às vezes por anos ou séculos, mantêm-se prisioneiros nas garras de entidades perversas e atrasadas, que, quando encarnadas, alimentaram com o sangue de animais inocentes e outras exigências esdrúxulas de espíritos que deles se aproveitavam.

Os pântanos dos subplanos astrais se encontram cheios de criaturas que são vampirizadas por maltas de espíritos alimentados nos ebós e despachos realizados em matas, cachoeiras e encruzilhadas da Terra. Choram amargamente ou têm seus túmulos constantemente visitados e desrespeitados por essas entidades, com quem na vida física compactuaram. Por ai podemos ter uma idéia do trabalho que os pretos velhos e os caboclos da Umbanda têm para o resgate dessas almas infelizes. É uma tarefa que muitas vezes os nossos irmãos Kardecistas não podem realizar, pois trabalham com fluidos mais sutis e desconhecem certos segredos ou certos detalhes que envolvem os dramas de filhos, pais e mães-de-santo desencarnados, ou seja, somente quem já teve experiência nessa área poderá ajuizar melhor e socorrer mais eficazmente esses irmãos sofredores.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Woodrow Wilson da Matta & Silva - Vô Matta!


Woodrow Wilson da Matta e Silva nasceu em Garanhuns, Pernambuco, em 28 de julho de 1917. Veio pra o Rio de Janeiro aos 5 anos de idade. Entre 12 e 13 anos passou a viver fenômenos pré-mediunicos (visões). Sua primeira manifestação mediúnica ocorreu aos 16 anos com a incorporação de Pai Cândido. Nessa época, era auxiliar de redação de um periódico carioca e morava no centro do Rio de Janeiro, numa república perto da Light.


Todas as quintas-feiras realizava pequenas sessões, junto de Pai Cândido, para atender a comunidade da república. Muitas vezes fazia programas para quinta-feira, porém Pai Cândido se manifestava mostrando ao médium a sua tarefa para com o ser humano, que aguardava a quinta-feira para ser atendido.

Aos 17 anos começou a visitar vários terreiros de Umbanda em busca de um lugar para trabalhar. Pai Cândido, no entanto, pedia paciência e lhe dizia que iria ter o seu próprio terreiro.

Aos 21 anos foi morar na Pavuna onde montou seu primeiro Terreiro (pequenino como sempre). A partir de 1954, Pai Guiné começa a direcionar sua vida mediúnica. Nessa época, recebe desse “Preto-velho” a mensagem “Sete Lágrimas de Pai Preto”, que seria um dos marcos da renovação da Doutrina Umbandista.

Mostra a realidade do dia-a-dia de um Terreiro e as diferentes consciências que a ele vão, em busca de auxilio espiritual.

Nesse ano passou a escrever para o Jornal de Umbanda (já citado anteriormente) localizado à Rua Acre, 47 – 6º andar – sala 608.

Iniciou também a obra que viria a transformar as coisas da Umbanda de todos Nós. Nessa época teve várias visões mediúnicas (transes) em que se via um Velho Payé que folheava um grande livro e junto dele, um Colegiado de Mentores Espirituais que discutiam da oportunidade do lançamento do livro. Decidiu-se então, que o momento era chegado e, em 1956, essa portentosa obra era trazida a público.

Umbanda de Todos Nós foi lançada em edição paga pelo próprio autor, através da Gráfica e editora esperanto, a qual se situava na época, à Rua General Argolo, 130, Rio de Janeiro. A primeira edição saiu com 3.5000 exemplares e rapidamente se esgotou. A partir da segunda edição a obra foi lançada pela Livraria Freitas Bastos, a mesma que até hoje reedita suas obras.

Umbanda de Todos Nós agradou a milhares de umbandistas, que nela encontraram os reais fundamentos em que se poderiam escudar, mormente nos aspectos mais puros da Doutrina Umbandista. Por outro lado, este livro incomodou muita gente encarnada e desencarnada ligada ao baixo astral, principalmente os pseudo-líderes umbandistas daquela época e de todas as épocas, interessados na venda de ilusões e outras coisas.

O combate incessante sobre a obra serviu apenas para promovê-la. Esse fato desencadeou a fúria dos seus inimigos que passaram a atacar Matta & Silva através de baixa magia. Nessa luta astral, as Sombras e as Trevas utilizou-se de todos os meios agressivos e contundentes que possuíam, arrebanhando para suas fileiras de ódio e discórdia tudo o que de mais nefando e trevoso encontrassem, quer fosse encarnado ou desencarnado.

Essa perseguição atingiu sua esposa e seus filhos Ubiratan e Eluá. Muitas vezes sentiu-se balançar. Mas não caiu. A maioria de seus perseguidores recebeu segundo a Lei... Esses fatos causaram muita decepção ao Mestre, que recebeu permissão do astral para um pequeno recesso afim de restabelecer suas forças.

Várias vezes o Mestre comentou que só não tombou porque Oxalá não quis... Após o recesso, o Pai guiné assumiu toda a responsabilidade pela manutenção e reequilibrio astrofísico de seu Filho, para logo orientá-lo na escrita de mais um livro. Através da Editora Esperanto lançou umbanda – Sua Eterna Doutrina, que aborda conceitos esotéricos e metafísicos nunca expostos. Esta obra agradou em cheio aos estudiosos e intelectuais, porém passou um pouco desapercebida pela grande massa umbandista da época, inclusive aos seus “lideres”.

Para complementar e ampliar os conceitos tratados em Sua Eterna Doutrina, Matta e Silva lançou, pouco tempo depois, a obra Doutrina Secreta da Umbanda que também agradou a milhares de umbandistas.

Apesar de suas obras serem lidas e estudadas pelos adeptos e estudiosos do Ocultismo, seu Santuário em Itacuruçá era freqüentado pelos simples e humildes que nem desconfiavam ser o Velho Matta um escritor de renome no meio umbandista.

Em seu santuário junto à natureza, Matta e Silva escreveu outra de suas importantes obras chamada: Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho, obra mediúnica que apresenta um diálogo edificante entre um Filho-de-Fé, Cícero (Cícero Faria de Castro, médico e estudioso) e a Entidade espiritual que se diz Preto-velho (Pai Guiné). Esta obra apresenta uma maior facilidade de entendimento para grande parte dos umbandistas.

A Choupana do Velho Guiné, em Itacurussá estava lotada quase todos os dias. Lá eram atendidas pessoas de Itacuruçá e das mais longínquas regiões do Brasil. Lá, os dramas do ser humano eram tratados á Luz da Razão e da Caridade. Durante 10 anos o Velho Matta atendeu pessoas da região e das ilhas próximas, ministrando remédios da flora local e alopatias simples que ele mesmo comprava quando ia á cidade do Rio de Janeiro.

Seguindo sua tarefa missionária, Matta e Silva escreveu sua quinta obra com o título de: Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda que relata de forma simples e objetiva as raízes míticas da Umbanda, aprofundando-se no sincretismo dos Cultos Afro-Brasileiros. Em seguida surge à sexta obra chamada Segredos da Magia da Umbanda e Quimbanda que aborda a magia Etéreo-Física e revela de maneira simples e prática determinados rituais seletos da Magia de Umbanda.

Sua sétima obra, Umbanda e o Poder da Mediunidade explicam como e porque ressurgiu a Umbanda no Brasil, mostrando as verdadeiras origens da Umbanda. Explica ainda, ângulos importantíssimos da Magia.

Muitos pedidos dos simpatizantes e adeptos de suas obras fizeram com quem Matta e Silva lançasse em 1969, o livro que sintetizava e simplificava os sete anteriores. Esse livro recebeu o nome de: Umbanda do Brasil e esgotou-se em seis meses. Em 1975, o Grande Mestre lançava sua última obra com o nome de Macumbas e Candomblés na Umbanda. Esse livro registra as vivências místicas e religiosas dos chamados Cultos Afro-Brasileiros, mostrando os graus consencionais dos adeptos e praticantes dos vários níveis da Umbanda Popular.

Para facilitar o estudo de suas obras, Matta e Silva as classificou da seguinte maneira:

1º grau – Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda;

2º grau – Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho;

3º grau – Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda;

4º grau – Umbanda e o Poder da Mediunidade;

5º e 6º graus – Umbanda de Todos Nós;

7º grau – Sua Eterna Doutrina e Doutrina Secreta da Umbanda.

Segundo a Sagrada Corrente Astral da Umbanda, seus livros levarão mais de 50 anos para serem completamente assimilados e colocados em prática. As obras de Matta e Silva preparam, ajustam e apontam para a Umbanda do 3º milênio.

Segundo alguns relatos conta que ele era muito humano e totalmente avesso ao endeusamento e a mistificação de sua pessoa. Era muito sensível e de personalidade firme, acostumado que estava a enfrentar os embates da própria vida... Era inteligentíssimo! Tinha os sentidos aguçadíssimos...Mas era um profundo solitário, apesar de cercarem-no centenas de pessoas. Seu Espírito voava, interpenetrando em causas o motivo das dores, sofrimentos e mazelas várias...

A todos tinha uma palavra amiga e individualizada. Não tratava casos, tratava Almas... e, como tal, tinha para cada pessoa uma forma de agir, segundo o seu grau consciencional próprio!

Sua cultura era exuberante, mas sem perder a simplicidade e originalidade. De tudo falava, era atualizadíssimo nos mínimos detalhes... Discutia ciência, política, filosofia, arte, ciências sociais, com tal naturalidade que parecia ser Mestre em cada disciplina. E era!...

No mediunismo era portentoso.. Seu pequeno copo da vidência, parecia uma televisão tridimensional. Em conjunto simbiótico. Com Pai guiné ou Caboclo Jurema, trazia-nos mensagens relevantes e reveladoras, além de certos fenômenos mágicos. Seu santuário denominava-se TENDA DE UMBANDA ORIENTAL (T.U.O.) verdadeira Escola de Iniciação de Umbanda Esotérica de Itacurussá, na Rua Boa Vista, 177 no bairro Brasilinha.

Itacurussá significa “A TERRA DA PEDRA DA CRUZ SAGRADA”, e neste local privilegiado pela natureza, se localiza a Tenda de Umbanda Oriental em humilde prédio de 50 m2. Sua construção, simples e pobre, era limpa e rica em assistência astral. Era a verdadeira Tenda dos Orixás.

Durante 50 anos de mediunidade, Matta e Silva nunca se curvou aos ataques dos encarnados e desencarnados do baixo astral. Sua palavra e sua pena foram armas fiéis defensoras da verdadeira Umbanda. Com elas (verdadeiros chicotes) vergastou o vigarismo organizado, os vendedores do “conto do orixá”, os vaidosos mistificadores e os fanáticos que proliferam no meio umbandista.

O “Velho Matta” desencarnou em 17 abril de 1988, em Jacarepaguá. Durante 25 anos visitou mais de 600 Terreiros para poder relatar, em suas obras, o que se passava no seio do Movimento Umbandista. Trouxe à Luz a Umbanda Esotérica que, infelizmente, é praticada na atualidade por poucos Terreiros, mas que, segundo o Astral Superior, se instalará definitivamente no meio umbandista a partir deste milênio.

Do astral ou encarnado, Matta e Silva continuará a sua grandiosa tarefa em prol do ressurgimento do AUMBANDAM.

Amigos, se você pensa que a Umbanda de verdade é essa manifestação ruidosa da massa, que grita, baba, bebe, berra e se contorce de charutão e cigarro de palha na boca, ao som ensurdecedor dos atabaques (ótimos veículos para estimular o animismo vicioso), não leia as obras de Matta e Silva porque sua decepção será muito grande. Porém, se o grau consciencional lhe permite ver adiante e saber que a verdadeira Umbanda está acima de tudo isso, chegou o momento de adquirir as obras do “Velho e Sábio Mestre’ e começar a levantar os véus da SENHORA DA LUZ VELADA”.

Apesar de não termos encontrado na presente encarnação, agradeço ao Astral por ter permitido que eu conhecesse as suas obras e o seu filho Jairo Nilton Pinto de Souza. Espero ser um digno divulgador dos vossos portentosos conhecimentos.



SARAVÁ, AVÔ MATTA!