segunda-feira, 21 de setembro de 2020

TEA em Festa!!!


 

                                                        YORI E O ÉTER


 

Em setembro a tradição popular faz menção aos santos gêmeos Cosme e Damião e, baseando-se nisso, se comemoram em nossos terreiros e barracões espalhados por todo o mundo, Rituais e Louvações dedicados a Ibeji, Dois-Dois, Santos Meninos, Yori, ou qualquer outro nome cuja Tradição invoca particularmente as amadas Crianças na Umbanda. 

O nome de Yori traz como significado principal A POTENCIA DOS PUROS MANIFESTANDO-SE, e sintetiza em si toda a ampla significação da pureza, em todos os aspectos e visões, no entanto, quando nos dirigimos a essa visão aprofundada do nome da Divindade devemos tecer alguns pensamentos. Bem sabemos que a fonte de toda pureza é Deus, ele em sua potência é a fonte de todos os adjetivos que são a partir dele irradiados, ou distribuídos, em suas várias formas de manifestação sobre toda a existência. PURO é Deus, mas, além disso, a Pureza no aspecto divinal ganha sentidos profundos a medida que nos aprofundamos nos meandros da Teologia Umbandista quando a mesma diz respeito as vias de evolução onde a Pureza define uma via própria a qual chamamos de Reino Virginal. 

Deus se manifesta através de suas obras e é exatamente por isso que a regra de ouro de várias Escolas Iniciaticas tem no amor ao próximo, e as criaturas, a base de seus ensinamentos, pois, na verdade, quando se ama ao filho, se ama aos pais, pois se ama a manifestação dessa criatura, seu fruto direto, e essa lógica não se altera no aspecto e sentido espiritual, muito ao contrário, se aprofunda e ganha ares mais divinos.

A principal característica do Ser Divino é sua capacidade de criação e essa capacidade se manifesta através do VERBO.  Língua, a voz, a ordem falada, tem o sentido de realização e criação dentro das Teogonias que conhecemos. A voz reflete e manifesta o poder interno de quem fala e é por isso que a fala é tão sagrada e perigosa ao mesmo tempo, pois, dela podem sair flores que aliviam os caminhos como também lâminas afiadas que tiram pessoas do caminho, e isso não é apenas um sentido figurado, pois, a palavra falada é sinônimo de criação e de existência, o mito da criação a qual conhecemos desde tenra infância nos mostra bem a potência criadora se manifestando através da voz do criador ‘...haja luz, e a luz existiu...’, se levarmos em consideração e em sentido real aquilo que ali lemos afirmaremos com certeza que tudo que existe acessível a nossa realidade é fruto de palavras soltas carregadas de poder criador, pureza e ordem. É a força da palavra. 

Quando nos referimos a criação e a palavra quase que inevitavelmente nos vem a cabeça a figura do ÉTER, o elemento imaterial que dentro das Escolas Magisticas define a origem e o fim de todas as coisas vistas e não vistas. Seguindo os ensinamentos orientais esse elemento, o éter,  é fruto e manifestação do AKASA que se trata de um dos Tatwas (Correntes Energéticas que circundam nosso universo manifestando os poderes criadores e destruidores cujas forças se manifestam em nossa realidade em tudo que é criado ou anulado). AKASA pode ser interpretado dentro da tradição hindu, pura e simplesmente, como o espírito de vida, ou de poder, pois, ele está na base de todos os fenômenos ocultos. Ele significa a força de que todos os espíritos fazem parte, mas ele também é a fonte de todo poder, um sentido muito próximo do AXÉ de nossos irmãos africanos. Os Iogues ensinam que existe apenas uma substância da qual derivam todas as coisas e as leis físicas e naturais são aspectos diferentes de AKASA. Uma idéia que simplifica essa visão é o fato de que, aos olhos de um Mago Hindu, matéria e energia são a mesma coisa: apenas aspectos diferentes de AKASA, que é o principio de que ambas são compostas.

O que tem a ver AKASA, o Poder Criador, o Verbo, e Yori ? ora, esses quatro elementos estão intimamente ligados para manifestarem o Poder da Criação: o Poder Criador manifesta sua potência através do Verbo que ordena a criação e AKASA é a potência que assiste a interação dessas forças para que essa criação se manifeste, e Yori é a síntese de todo esse poder. Isso se faz representar pelo triângulo, geometria que o manifesta: a interação de princípios que permitem a manifestação de um outro, o fruto, o gerado. Quando a energia mental e espiritual se unem, o terceiro elemento se manifesta, o elemento gerado, o fruto das buscas, da evolução, a criação. A força do 3 se ocultou na própria imagem iconográfica de Cosme e Damião onde um triangulo sempre é formado com a figura dos dois irmãos acompanhados de uma mesa com materiais médicos entre os dois (símbolo da ação alquimica de movimentação) ou com um garoto que manifesta por si mesmo a continuação da vida e da existência. 

Todas as vezes que se consultar com uma Criança dentro de uma Gira de Umbanda ou quando necessitar de novas figuras na caminhada, novos elementos, ferramentas, que sejam necessários para a continuidade daquilo que está a se desenvolver, medite a força de AKASA, se aprofunde no poder de Yori, há sempre uma nova vida, uma nova oportunidade, uma ajuda a ser gerada á aqueles que buscam na pureza e no amor se manterem, afinal, o Cristo já dizia “Deixai as crianças e não as impeçais de vir a mim, pois delas é o Reino dos Céus” (Mt 19, 13-15).         

 


Com iluminadas palavras a TEA realizou a 26ª Festa em Homenagem às Criancinhas do Aumbhandam. Dia de muita energia, calor, boas risadas, alegrias, farturas e como sempre casa cheia. Longe de pandemias, surtos, anomalias e afins, pois nossa casa é blindada, plena e absoluta em todos os sentidos. Na ocasião mais 2 novos membros aceitos na Seara do velho Chico no que há de mais elevada da verdadeira Umbanda baseada no Amor Universal, Fraternidade, Paz, Harmonia e plenitude. Agradecer, agradecer, agradecer sempre. Somos o que há.




Salve Pai Yorimá! Potência do verbo iluminado.

Pakasha...Yomá...!!!

Salve Pai Orixalá! Poderoso e cheio de bondade. Luz do Senhor Deus!

Epê...Epê...Babá...Tana!!!

Salve nossa Mãe Yemanjá! Senhora da vida!

Haba...odoyá...ynayá...Yemanjá!

Salve a verdadeira Raiz de Guiné!!!

Salve a verdadeira Umbanda!!!

Salve nossa Raiz sagrada!!!

Somos o que há para alegria, agradecimentos, lealdade, presença, dedicação e transparência de muitos e inveja, desacerto, desvio, desespero de poucos...bem poucos...

Vão-se os cascalhos...ficam os DIAMANTES!!!

Falem bem, falem mal, mas falem de nós...