segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Feitura de Santo! (Relato de Vovó Catarina).

Feitura de Santo! (Relato de Vovó Catarina)!



Os Cultos Afro-Brasileiros utilizam em seus rituais o método de preparação do individuo ao chamado ritual de “santo”. Ele se recolhe por um período, mais ou menos longo, numa “camarinha”, espécie de cômodo onde ele fica recluso, conforme a nação do Candomblé, ou seja, Gêge, Ketu, Angola ou outra. Durante o período de reclusão, o filho-de-santo vai estreitando os laços fluídicos com o elemento dominado por seu Orixá, ou seja, se for Oxossi o orixá do filho, ele assimila o magnetismo das folhas e matas, pois no Candomblé, Oxossi é considerado o responsável por essa parte da natureza, e assim por diante; se for Oxum, assimila as energias das fontes das águas doces; se iemanjá, das águas salgadas, embora seja isso muito deturpado nos terreiros que mantém tais rituais. Passado o período que o culto exige, é realizada a raspagem do cabelo para se fazer a parte final. Apanha-se uma pedra, que nesses cultos é chamada de otá, por processos normalmente conhecidos pelo pai ou pela mãe-de-santo. A força corresponde ao orixá é magnetizada nesse otá e na cabeça do filho-de-santo, e, em alguns casos, é feita uma pequena abertura no alto da cabeça, mais ou menos no lugar que corresponde ao chacra coronário. Aí é fixada a força do santo ou orixá, que passa a ter domínio sobre quem se submete a ele. Ma o que nem todos sabem é que, quando se realiza a matança de animais e se derrama o sangue sobre o otá, ou pedras sagradas dos candomblés, atraem-se energias pesadas e entidades primitivas que se alimentam desse energismo primário, como vampiros.

À medida que, mensalmente, se vão alimentando essas entidades com energias animalizadas e fluido vital de animais sacrificados, vai-se criando um elo mais forte entre o filho do orixá e essas forças astrais que se utilizam de tal energia. Estreita-se o laço de união e a dependência entre ambos, criando-se uma egrégora doentia, mórbida e de baixíssima vibração, que cada vez mais quer ser atendida em seus pedidos grosseiros. Tem inicio ai a magia negra, com seus rituais sombrios que tem feito muitas vitimas pelo mundo afora.

Mas o processo não termina ai. Quando o tal filho-de-santo desencarna, encontra-se prisioneiro dessas entidades que se manifestavam como santos ou orixás; passa a ser presa deles nas regiões pantanosas do além-túmulo. Em processos difíceis de descrever, inicia-se um intercâmbio doentio de energias entre os dois, e posso lhe afirmar – se não fosse pelos caboclos e pretos velhos, auxiliados pelos guardiões na tarefa abençoada de resgatar esses filhos, dificilmente os pobres se veriam livres da simbiose espiritual que lhes infelicita a existência deste lado da vida. Às vezes por anos ou séculos, mantêm-se prisioneiros nas garras de entidades perversas e atrasadas, que, quando encarnadas, alimentaram com o sangue de animais inocentes e outras exigências esdrúxulas de espíritos que deles se aproveitavam.

Os pântanos dos subplanos astrais se encontram cheios de criaturas que são vampirizadas por maltas de espíritos alimentados nos ebós e despachos realizados em matas, cachoeiras e encruzilhadas da Terra. Choram amargamente ou têm seus túmulos constantemente visitados e desrespeitados por essas entidades, com quem na vida física compactuaram. Por ai podemos ter uma idéia do trabalho que os pretos velhos e os caboclos da Umbanda têm para o resgate dessas almas infelizes. É uma tarefa que muitas vezes os nossos irmãos Kardecistas não podem realizar, pois trabalham com fluidos mais sutis e desconhecem certos segredos ou certos detalhes que envolvem os dramas de filhos, pais e mães-de-santo desencarnados, ou seja, somente quem já teve experiência nessa área poderá ajuizar melhor e socorrer mais eficazmente esses irmãos sofredores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.