Olá amigos!
Não sei se por intuição, inspiração, saudade ou sintonia, dias atrás pesquisei vídeos, textos e imagens de Clara Nunes na internet. Essa mulher me emociona demais! Marcou minha infância, lembro-me de ficar fascinado sempre que ela aparecia na TV. Constatei que foi (e é) realmente um ser de LUZ. Uma guerreira de origem humilde, linda, talentosa, carismática, que representou a cultura e a espiritualidade brasileiras através da música, de sua voz divina e imagem cativante.
Clara Claridade Nunes nos deixou na madrugada do sábado de Aleluia de 2 de abril de 1983, a poucos meses de completar 40 anos. Nessa pesquisa descobri uma mensagem belíssima enviada por Clara após sua morte, através de Chico Xavier. Compartilho essa psicografia aqui como uma homenagem, tenho certeza de que vão se emocionar também:
"Querida Maria,
Eu pressentia que o encontro através de notícias seria primeiramente com você. Somente você teria suficiente disposição para viajar de Caetanópolis até aqui, no objetivo de atingir o nosso intercâmbio.
Descrever-lhe o que se passou comigo é impossível agora. Aquela anestesia suave que me fazia sorrir se transformou numa outra espécie de repouso que me fazia dormir.
Sonhava com vocês todos e me via de regresso à infância. Cantava. Era pura alegria que me situava num mundo fantástico. Melodias e cores, lembranças e vozes se mesclavam e eu me perdia naquele êxtase desconhecido. Não cuidava de mim. Lembrava-me dos que ficaram, mas ainda não sabia se a mudança seria definitiva.
Conte ao nosso querido Paulo (César Pinheiro – marido e compositor) a minha experiência. Tantos dias no descanso, ignorando o que vinha a ser tudo aquilo que se me apresentava à imaginação por fantasia que desconhecia como deslindar.
Peço a você solicitar ao Paulo me perdoe se lhes transmito as presentes notícias com a fidelidade possível.
Acordei num barco engalanado de flores, seguido de outras embarcações nas quais muitos irmãos entoavam hinos que me eram estranhos, hinos em que o amor por Iemanjá era o tônico de todas as palavras. Os amigos que me seguiam falavam de libertação e vitória.
Muito pouco a pouco, me conscientizei e passei, da euforia ao pranto de saudade porque a memória despertava para a vida na retaguarda e o nosso Paulo se fazia o centro de minhas recordações. Queria-o ali naquela abordagem maravilhosa, pois os barcos se abeiravam de certa praia encantadoramente enfeitada de verde nas plantas bravas que a guarneciam.
Quando o barco que me conduzia ancorou suavemente, uma entidade de grande porte se dirigiu a mim com paternal bondade e me convidou a pisar na terra firme. Ali estavam o meu pai Manoel e a nossa mãezinha Amélia. Os abraços que nos assinalavam as lágrimas de alegria pareciam sem fim. Era muita saudade acumulada no coração.
Ali passei ao convívio de meus pais e os meus guardiões retornavam ao mar alto. Retornei a nossa vida natural e em companhia de meu pai Manoel pude rever você e os irmãos todos, comovendo-me ao abraçar a nossa Valdemira que me pareceu um anjo preso ao corpo.
Querida irmã, não disponho das palavras exatas que me correspondam às emoções. Peço a você reconfortar o nosso Paulo e dizer-lhe que não perdi o sonho de meu filhinho que nascesse na Terra de nossa união e de nosso amor.
O futuro é luz de Deus. Quem sabe virá para nós uma vida renovada e diferente, na qual possamos realmente pertencer-nos para as mais lindas realizações?
Você diga ao meu poeta e beletrista querido, que estou contente por vê-lo fortalecido e resistente, exceção feita aos copinhos que ele conhece e que estou vendo agora um tanto aumentados.
Desejo que ele saiba que o meu amor pelo esposo e noivo permanece que ele continua sendo para mim está brilhando em meu coração, em meu coração que continua cantando fora de outro coração que me prendia.
A cigarra, por vezes, canta com tanta persistência em louvor de Deus e da natureza que se perde nas cordas que lhe coordenam a cantiga caindo ao chão desencantada.
O meu coração da vida física não suportou a extensão das melodias que me faziam viver e, uma simples renovação para tratamento justo me fez repensar nas maravilhas diferentes a que fui conduzida.
Espero que o nosso Paulo consiga ouvir-me nessas letras.
Agradeço a ele as atitudes dignas com que me acompanhou até o fim do corpo, tanto quanto agradeço a você e às nossas irmãs e irmãos o respeito com que me honraram a memória, abstendo-se de reclamações indébitas junto aos médicos humanitários que se dispuseram a servir-nos.
Querida irmã, continuem com o nosso grupo em Caetanópolis, o irmão José Viana e o Dr.Borges estão conquistando valiosas experiências.
Muitas saudades e lembranças a todos os nossos e pra você um beijo fraternal com as muitas saudades de sua,
Clara"
(Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública Do Grupo Espírita da Prece, em 15/09/1984 Uberaba-MG)
Clara Francisca Gonçalves Pinheiro – *12/08/1942 +02/04/1983
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