segunda-feira, 14 de abril de 2014

Páscoa!!!


 
A Páscoa simboliza a capacidade que o ser humano possui de renascer e de renovar-se a cada ciclo do tempo. Esta capacidade esta associada à condição de libertar-se de tudo o que é velho e abrir-se para o novo. Na simbologia cósmica, significa o renascimento da Terra em sua força de fertilidade ( primavera) após um período de morte (inverno). Os eventos sazonais referem-se ao hemisfério Norte e são adaptados ao hemisfério Sul.

Conforme a história, a Páscoa existe em muitas tradições e culturas e data de bem antes da era cristã. A Páscoa, nas antigas culturas e para os povos que ainda seguem esta tradição, simboliza o rito da fertilidade da Terra, o redespertar da vida e da natureza. Esta energia ou força que surge nesta época foi personalizada na figura de uma mulher, a Deusa, uma vez que as antigas religiões eram essencialmente matriarcais.

Estas Deusas, símbolos da energia de renascimento e fertilidade, diferenciam-se conforme a cultura de cada povo. Temos assim, Astarte (Fenícia), Kali (hindu), Hathor (egípcia), Afrodite (grega), Perséfone, Ashtoreth (judaico-cristã). Todas estas divindades estão relacionadas à lua nova e a nova vida, assim como a vida após a morte e a morte após a vida no eterno ciclo de morrer para renascer. A alegoria ao renascimento refere-se a esta vida num processo pessoal para cada ser e estende-se metaforicamente para o processo de morte e renascimento em outras esferas de evolução (outros mundos).

Na cultura Celta, os rituais sazonais são denominados de Sabbats. A Páscoa, é o Sabbat de Ostara. Oster é a Deusa da Fertilidade também denominada de Eostre. Em algumas tradições celtas, as deidades da fertilidade reverenciadas nesse dia são a Deusa das Plantas e o Senhor das Matas. Como ocorreu com a maioria dos antigos festivais pagãos, o equinócio da primavera foi também cristianizado e adaptado pela igreja tornando-se o que conhecemos por Páscoa. A Páscoa cristã celebra o mito da ressurreição do Cristo.

A Páscoa (em inglês Easter, nome derivado da deidade, Eostre) só recebeu oficialmente esse nome após o fim da Idade Média.


A Páscoa nos rituais Celtas - Ostara
Sabbat do Equinócio de Primavera

Ostara é o festival em homenagem á Deusa Oster, Senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Nesse dia sagrado, os antigos acendiam fogueiras ao nascer do sol, tocavam sinos e decoravam ovos cozidos. Este antigo costume pagão associado á Deusa da fertilidade ainda é praticado por todos os adeptos desta cultura. Por isso os ovos, símbolos de fertilidade e da reprodução, eram usados nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos eram lançados ao fogo como oferenda á Deusa. Em certas partes do mundo pintavam–se os ovos com cores do equinócio da primavera, como de amarelo ou dourado (cores solares sagradas), utilizando-se para honrar ao Deus Sol.

Nos países de origem Celta, nesta época do ano, a Deusa Oster ou Eostre é lembrada e honrada com festivais que incluem flores, cores vivas, ovos e lebres. As flores e as cores vivas representam a primavera; os ovos representam a possibilidade de uma nova vida; os rituais são feitos em homenagem à Mãe Natureza, que mais uma vez fertilizará seus campos e nutrirá os homens que vivem sobre o seu leito; e a lebre branca é o animal sagrado dedicado à Lua, que simboliza a fertilidade e a Deusa.

Lebre, o animal sagrado da Deusa Eostre

Deusa Eostre, deusa saxônica da fertilidade que segura um ovo nas mãos e tem um coelho aos seus pés ( ou no colo como na representação acima).


A Lebre da Páscoa (e não o Coelho) era o animal sagrado da deusa teutônica da Primavera, Eostre, a deusa lunar que dava fertilidade à terra e tinha cabeça de Lebre. A palavra inglesa para Páscoa,* Easter, provém do nome da deusa Eostre, também designada Ostara ou Eostar. O dia do culto de Eostre, a Páscoa (Easter), que ainda é praticado pelos seguidores da tradição celta, é no primeiro Domingo depois da primeira Lua Cheia, após o equinócio da Primavera ( hemisfério norte), ocorrendo entre os dias 19 e 22 de Março.

A Lebre, sendo o símbolo da Lua, associa-se à Páscoa porque a Lua é utilizada para determinar a data da Páscoa. Os católicos, através do Concílio de Nicéia em 325 fixaram o dia de Páscoa no primeiro Domingo depois da Lua Cheia, a partir de 21 de Março.

A simbologia cósmica do Ovo


O Ovo é o símbolo da imortalidade, da ressurreição e da abundância da vida que é manifesta na Primavera. É o símbolo perfeito do Universo entre os Chineses, os Egípcios, os Gregos, os Romanos, os Persas e outros povos. Os antigos Egípcios, Chineses, Gregos, Persas e Romanos trocavam ovos na Primavera, estação onde todos os seres da natureza renasciam após o Inverno, em homenagens e oferendas aos deuses da fertilidade. Na tradição teutônica, os druídas pintavam os ovos de vermelho escarlate em honra do deus-Sol e os anglo-saxônicos ofereciam ovos coloridos à deusa Eostre. Muitos países do Leste Europeu como a Ucrânia, a Polônia, a Macedônia, a Rússia, a Bulgária e outros têm como tradição pintar ovos durante o período da Páscoa. Na Igreja Ortodoxa Russa os ovos são abençoados na igreja durante o período da Páscoa e são um componente especial na refeição da manhã do dia de Páscoa. Também nos países nórdicos, bem como na Alemanha, na Inglaterra, na Holanda e em França as crianças vão de porta em porta pedindo ovos da Páscoa.Esta prática foi-se generalizando por todos os países de tradição católica.



Ovos decorados - A arte do Pysanky de origem ucraniana
Um costume Ucraniano muito antigo chamado "pysanky" ainda hoje é usado na Páscoa. A arte do Pysanky é a técnica usada para decorar ovos de aves com cores e símbolos. As cores e os símbolos estão relacionados ao desejo da pessoa que o criou. Ou seja, um ovo é
pintado e decorado com os desejos de uma pessoa ao ofertá-lo a uma outra. Mas é preciso usar símbolos, e não palavras e frases.

Reinterpretação Cristã dos mitos ancestrais
O Ovo da Páscoa é reinterpretado pelo Cristianismo representando a ressurreição da Vida em Cristo. O Ovo simbolizará, assim, o sepulcro de onde Cristo ressuscitou. Este símbolo está presente em muitas lendas relacionadas com a Morte e Ressurreição de Cristo. A tradição católica polaca conta duas lendas sobre este tema. Uma diz que Maria, a mãe de Jesus, ofereceu ovos aos soldados que levavam Jesus pedindo-lhes que fossem menos cruéis. As suas lágrimas ao caírem nos ovos pintaram-nos de cores brilhantes. Outra lenda conta que Maria Madalena foi ao sepulcro para untar o corpo de Jesus, tendo levado com ela uma cesta de ovos para lhe servir de alimento. Quando chegou ao sepulcro e destapou a cesta, as cascas brancas dos ovos transformaram-se miraculosamente num resplandecente arco-íris.

A tradição católica adotou também a Lebre Branca como símbolo da pureza e da fé. Os seus olhos permanentemente abertos e atentos simbolizam a vigilância contra a tentação e o pecado. A Virgem Maria é, por vezes, representada com uma Lebre Branca à seus pés. Quanto à Lebre como símbolo da esperança e da fé, há uma lenda cristã que conta que uma jovem lebre esperou ansiosamente, durante três dias, que o seu amigo Jesus voltasse ao Jardim de Gethsemane, preocupada que estava com o que lhe poderia ter acontecido. Pela manhã cedo do dia de Páscoa, Jesus voltou ao seu jardim favorito e foi alegremente recebido pelo seu amigo animal. Nessa tarde, os discípulos de Jesus que se juntaram no referido jardim para orar, depararam-se com um caminho de esporas floridas e no centro de cada botão em flor estava a imagem da Lebre como uma recordação e uma homenagem à paciência e à esperança demonstradas por tão dedicada e crente criatura.

A expressão portuguesa Páscoa vem do hebreu pesach, nome da festividade judia da Primavera que tem lugar no 7º mês do calendário hebraico e em que é que celebrado o êxodo dos Israelitas do Egito. O festival dura 8 dias e foi durante esta festa dos Judeus que Jesus, o Judeu, foi crucificado.

Adaptações Cristãs
A Páscoa, como quase todas as festividades religiosas cristãs, é enriquecida com inúmeras características, costumes e tradições pagãs. As adaptações criaram algumas características específicas tais como o hábito de usar um pequeno ramo no domingo anterior ao Domingo de Páscoa, que ficou conhecido como o Domingo de Ramos. Os ovos naturais foram substituídos por ovos de açúcar ou chocolate e pouco se vê, hoje em dia, o “ninho” original que era confeccionado com ervas e ovos de aves. Outro costume era o de tomar um banho ritualístico na quinta-feira - que passou a ser apenas uma cerimônia de lava-pés.


Sexta Feira Santa e sábado de aleluia

A sexta-feira santa era o dia que representava o sacrifício da Deusa, que se ausentaria deste mundo e iria para o mundo dos espíritos, de onde retornaria no terceiro dia e anunciaria a fertilidade dos campos. Em tempos remotos, neste dia, o sangue de um carneiro (ou outro animal) era espalhado pelo solo em sacrifício e homenagem à Deusa. Esse dia ficou conhecido como o dia em que Jesus "desceu à Mansão dos Mortos..."e de onde retornaria no terceiro dia, ascendendo aos céus e se colocaria sentado à direita do Pai Eterno

Esse sacrifício simbolizaria que a luz vencera as trevas, tornando o amanhecer do Domingo de Páscoa um momento de culto ao sol. Esta é a origem, hoje em dia, das cerimônias cristãs matinais do Domingo de Páscoa. Em países árabes, os cristãos fizeram do Sábado de Aleluia, o Dia da Luz.

Calendário ocidental
Até hoje, o domingo de Páscoa é determinada pelo sistema do calendário lunar, que estabelece o dia santo no primeiro domingo após a primeira lua cheia, ou após o equinócio da primavera. (Formalmente isso marca a fase de “gravidez” da Deusa, atravessando a estação fértil).

 

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