Ao longo da
História o homem foi estabelecendo regras para poder se organizar “melhor” em
grupo. Tradições religiosas, demandas sociais e econômicas contribuíram para
que a heterossexualidade se tornasse a única orientação sexual “verdadeira”,
“correta”, “natural”, “fixa” e “possível”. Por causa da revolução industrial,
as cidades europeias ficaram muito populosas a partir do século XVIII. Era
preciso estabelecer regras para o controle da população.
Disciplinar
para tornar as pessoas obedientes, produtivas e lucrativas era a palavra de
ordem da época. A família nuclear (papai, mamãe e filhinhos) vai se tornando a
célula fundamental e funcional que sustentava a burguesia capitalista
industrial que surgia. A religião e a ciência, financiadas principalmente pelos
novos burgueses, endossavam todas as formas de disciplina e controle que os
favorecessem. Aqueles que não se adequavam às normas eram submetidos a
tratamentos para se tornarem “normais” e “funcionais”. Caso não adiantasse,
poderiam ser até mesmo mortos ou mandados para instituições isoladas de
confinamento.
Séculos
antes, influenciados principalmente pelas ideias dos filósofos gregos Sócrates
(469 – 399 a.C.) e Platão (428 – 328 a. C.), acreditava-se que era justamente
na alma que se localizava a verdadeira identidade da pessoa. Por meio da
confissão religiosa, descobriu-se que o corpo iria manifestar na carne os
desejos que estavam na alma. Portanto, para saber quem a pessoa era, bastavam
saber quais eram seus desejos. Baseados nas tradições, normas e costumes
estabelecidos, os sacerdotes faziam um minucioso levantamento de todos os tipos
de desejos e os classificavam em “normais” e “anormais”. Quaisquer práticas
sexuais que não obedecessem às leis da procriação, casamento e família, eram
imediatamente consideradas anormais.
Aquilo que
parece estranho e anormal sofre preconceito instantaneamente. Então, o grupo de
excluídos acaba reproduzindo o que foi feito com eles. Padrões de
“superioridade” e “inferioridade” serão criados dentro do próprio grupo. No
caso dos homossexuais, por exemplo, os principais subgrupos criados são: os
leathers, os ursos, os intelectuais, as barbies, os alternativos, os fashions,
as poque-poques, as finas, os pães com ovos, os fora do meio, os andróginos,
enfim...
Para se
proteger diante de tantas diferenças, o ser humano tem a necessidade de se
sentir mais forte em relação ao outro. Elege seu grupo como sendo o único
possível, digno, natural, superior e verdadeiro. Ataca e hostiliza os demais,
pois sente vontade de se colocar superior, por meio de uma hierarquia
fantasiosa, que ele mesmo convenciona. No fim, ele não percebe que quer queira
quer não, depende e está conectado a todos os seres que existem. É preciso
mudar nossa mentalidade COMPETITIVA para uma mentalidade COOPERATIVA.
Possivelmente, assim haverá maior crescimento, harmonia, paz, solidariedade e
união entre todos nós.
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