1º DEZEMBRO
– DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA A AIDS.
A JUVENTUDE
AINDA NÃO ENTENDEU O RECADO.
Nas décadas
de 80 e 90, o diagnóstico da AIDS era uma “sentença de morte”. A foto de
Cazuza, em estágio terminal, estampada em capas de revistas, deixava claro que
a “peste homossexual”, como a doença chegou a ser chamada por algumas pessoas,
não tinha saída. O cantor morreu em 1990, mesma época em que João* descobriu
que tinha o vírus HIV. “Meu companheiro ficou doente, por isso descobri. Achei
que ia morrer”, conta.
Trinta anos
depois, Matheus Henrique da Silva Salvino, 24, era internado com hemorragia. O
motivo: uma infecção causada pela baixa imunidade que o vírus HIV impunha ao
seu corpo. “Contraí em uma relação estável. Tive medo”, disse Salvino, que
contou não ter usado camisinha com o parceiro.
O
comportamento do rapaz, que é um dos diretores do Grupo Vivher, é também o de
muitos outros jovens que assumem não usar preservativos. Um dos principais
motivos, contam especialistas, é a perda do medo de se contrair a doença.
Devido ao avanço da medicina, houve uma redução de mortes em decorrência da
AIDS que acabou “banalizada”. Uma enquete realizada pelo Portal O Tempo em que
79% das 1.040 pessoas admitiram que não fazem uso do preservativo durante as
relações sexuais, sejam elas com parceiros estáveis ou não, é mais uma
evidência disso.
“O jovem,
principalmente, perdeu o medo, e o governo desmantelou o terceiro setor. ONGs
já não recebem mais o mesmo apoio”, critica Salvino. “Eles (os jovens) não
viveram a década de 80 e encaram a doença de maneira menos apavorante”,
completa o infectologista do hospital Eduardo de Menezes Dario Ramalho,
referência no tratamento de AIDS em Belo Horizonte.
No entanto,
o avanço da medicina não conseguiu evitar que os pacientes sofram uma radical
mudança na vida. O que eles contam é que ainda vivem as dificuldades provocadas
pelos efeitos colaterais dos medicamentos, além do preconceito na vida social
e, muitas vezes, até mesmo de familiares. “Tive uma mudança na vida sexual.
Tenho muita dificuldade de me aproximar. Isso passa pelo medo de transmitir a
doença, mesmo sabendo que a chance é quase nula quando se toma cuidados”, conta
João. “Muitos jovens não contam nem para os pais (por causa do preconceito)”,
completa Salvino.
Experiência.
Segundo a médica holandesa Irene Adams, que cuida de pacientes com AIDS há 30
anos, a situação nas décadas de 80 e 90 era assustadora, e conseguir leitos
para internar pacientes com a doença era muito difícil. “Nenhum hospital
queria, eu precisava chamar a imprensa e denunciar”, conta. Irene lembra que,
na rua, preferia não cumprimentar seus pacientes.
“Tive que
fingir que não conhecia muita gente para que os pacientes não sofressem
preconceito”, diz a especialista. Ela diz que nem mesmo os médicos da época
estavam preparados para lidar com os doentes. Para Dario Ramalho, nos primeiros
anos após a descoberta da AIDS, os pacientes eram tratados de forma semelhante
aos que são diagnosticados com o Ebola atualmente.
Data. O dia
1º de dezembro foi definido pela Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da
Organização das Nações Unidas (ONU), como o Dia Mundial de Luta contra a AIDS,
para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão em
relação às pessoas infectadas pelo HIV.
A TEA e demais templos associados estão empenhados nessa campanha em todos os sentidos!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.