terça-feira, 1 de dezembro de 2015

1º de Dezembro - Dia Mundial da Luta contra a AIDS



1º DEZEMBRO – DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA A AIDS.

A JUVENTUDE AINDA NÃO ENTENDEU O RECADO.

Nas décadas de 80 e 90, o diagnóstico da AIDS era uma “sentença de morte”. A foto de Cazuza, em estágio terminal, estampada em capas de revistas, deixava claro que a “peste homossexual”, como a doença chegou a ser chamada por algumas pessoas, não tinha saída. O cantor morreu em 1990, mesma época em que João* descobriu que tinha o vírus HIV. “Meu companheiro ficou doente, por isso descobri. Achei que ia morrer”, conta.
Trinta anos depois, Matheus Henrique da Silva Salvino, 24, era internado com hemorragia. O motivo: uma infecção causada pela baixa imunidade que o vírus HIV impunha ao seu corpo. “Contraí em uma relação estável. Tive medo”, disse Salvino, que contou não ter usado camisinha com o parceiro.
O comportamento do rapaz, que é um dos diretores do Grupo Vivher, é também o de muitos outros jovens que assumem não usar preservativos. Um dos principais motivos, contam especialistas, é a perda do medo de se contrair a doença. Devido ao avanço da medicina, houve uma redução de mortes em decorrência da AIDS que acabou “banalizada”. Uma enquete realizada pelo Portal O Tempo em que 79% das 1.040 pessoas admitiram que não fazem uso do preservativo durante as relações sexuais, sejam elas com parceiros estáveis ou não, é mais uma evidência disso.
“O jovem, principalmente, perdeu o medo, e o governo desmantelou o terceiro setor. ONGs já não recebem mais o mesmo apoio”, critica Salvino. “Eles (os jovens) não viveram a década de 80 e encaram a doença de maneira menos apavorante”, completa o infectologista do hospital Eduardo de Menezes Dario Ramalho, referência no tratamento de AIDS em Belo Horizonte.
No entanto, o avanço da medicina não conseguiu evitar que os pacientes sofram uma radical mudança na vida. O que eles contam é que ainda vivem as dificuldades provocadas pelos efeitos colaterais dos medicamentos, além do preconceito na vida social e, muitas vezes, até mesmo de familiares. “Tive uma mudança na vida sexual. Tenho muita dificuldade de me aproximar. Isso passa pelo medo de transmitir a doença, mesmo sabendo que a chance é quase nula quando se toma cuidados”, conta João. “Muitos jovens não contam nem para os pais (por causa do preconceito)”, completa Salvino. 
Experiência. Segundo a médica holandesa Irene Adams, que cuida de pacientes com AIDS há 30 anos, a situação nas décadas de 80 e 90 era assustadora, e conseguir leitos para internar pacientes com a doença era muito difícil. “Nenhum hospital queria, eu precisava chamar a imprensa e denunciar”, conta. Irene lembra que, na rua, preferia não cumprimentar seus pacientes.
“Tive que fingir que não conhecia muita gente para que os pacientes não sofressem preconceito”, diz a especialista. Ela diz que nem mesmo os médicos da época estavam preparados para lidar com os doentes. Para Dario Ramalho, nos primeiros anos após a descoberta da AIDS, os pacientes eram tratados de forma semelhante aos que são diagnosticados com o Ebola atualmente.

Data. O dia 1º de dezembro foi definido pela Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), como o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão em relação às pessoas infectadas pelo HIV.

A TEA e demais templos associados estão empenhados nessa campanha em todos os sentidos!!!


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