Todo
terreiro, templo, casa de oração possui as famosas e polêmicas Ordens e de
Direitos de Trabalho, seja elas passadas de Pai para filho ou recebidas pelo
astral superior através da Lei de Pemba Sagrada dessa Umbanda de Todos Nós.
Cada terreiro tem sua Lei, sua ordem, sua força e seu axé e umbandista de Fato
e de Direito tem a obrigação de respeitar, pois ser responsável por tal missão
não é pra qualquer um e Umbanda não é pra quem quer e sim pra quem pode. Tal
dirigente antes de encarnar recebeu outorga, sinais e registros para
desempenhar a missão. Tudo é uma questão de ver, sentir e vivenciar a força, o axé
e o erô. Já dizia o caboclo Sr. das 7 Espadas:
Assim como há numerosíssimos graus de entendimento ou alcançe espiritual
em nossos milhares de terreiros, há também, para cada um deles, um Culto ou
Ritual que mais lhe fale à Alma! ”Respeito é bom e a gente gosta, pois dar-se o
respeito para ser respeitado e se ataca, denigre, difama é tudo menos
umbandista. Simples assim.
Dentro dos
terreiros de Umbanda existe organização e disciplina, além de todo um sistema
que objetiva manter esta organização, alguns terreiros, dependendo do tamanho
dividem-se em parte administrativa e espiritual.
Estaremos
falando agora a respeito dos cargos
dentro da hierarquia espiritual mais comumente encontrados nos Terreiros de
Umbanda:
Mestre
de Iniciação, Sacerdotisa de Iniciação (Babalorixá/Ialorixá):
É o
dirigente do terreiro (Mestre de Iniciação/Babalorixá se for homem e Sacerdotisa
de Iniciação/Ialorixá se for mulher). No caso da mulher sempre haverá um
Homem/Varão a comandar os axés em que a mulher não pode proceder, pois a
posição da mulher na Umbanda é auxiliar e jamais chefiar.
Esta figura
é a responsável espiritual por tudo que acontecer dentro da gira (antes,
durante e depois). Tanto o Mestre de Iniciação/Babalorixá quanto a Sacerdotisa
de Iniciação/Ialorixá são também chamados de Pai de Santé e Mãe de Santé.
Algumas pessoas falam pai de santo e mãe de santo, consideramos essa maneira
incorreta, pois é na Lei do Santo que eles são Pai e Mãe.
Eles têm a
função de cuidar e zelar da vida espiritual dos médiuns do terreiro, orientar e
dirigir os trabalhos abertos e fechados a público. São os responsáveis por
fazer cumprir as diretrizes estabelecidas pelo Astral, para o Terreiro.
Pai
Pequeno e Mãe Pequena:
São os
futuros Mestre de Iniciação ou sacerdotisa de Iniciação (Babalorixá/Ialorixá).
São a segunda pessoa dentro de um Terreiro de Umbanda. Têm como função auxiliar
o Mestre/Sacerdotisa de Iniciação (Babalorixá/Ialorixá) em todos os trabalhos.
Outras funções específicas variam de terreiro para terreiro.
Médiuns
de Trabalho:
São os
médiuns que dão consulta, as suas entidades já riscaram ponto, deram nome, e
passou por alguns preceitos (isto também varia de terreiro para terreiro) que
os firmaram como médiuns. Alguns chamam de Médiuns prontos, outros de Médiuns
batizados outros de Médiuns feitos. Essa nomenclatura também varia de acordo
com a orientação do Mestre de Iniciação/Sacerdotiza de Iniciação (Babalorixá/Ialorixá),
da raiz da Casa ou ainda de estado para estado.
Médiuns
em Desenvolvimento:
São médiuns
que como o nome já diz, estão em desenvolvimento. Dependendo do terreiro eles
podem dar passes, já incorporam uma ou outra linha, mas ainda não dão consultas
e as suas entidades ainda não deram nome ou não riscaram ponto. Estão sendo
preparados para tornarem-se médiuns de trabalho.
Médiuns
Iniciantes:
Também como
o nome diz, são médiuns que ingressaram a pouco tempo no terreiro e ainda não
incorporam. Cambono (homem) e Cambona (mulher). São os responsáveis por atender
as entidades, no que diz respeito a acender charutos, velas, cachimbos,
esclarecer a assistência o que a entidade está querendo dizer, coordenar a
entrada da assistência para consulta ou passe. É a pessoa responsável por
distribuir as fichas de atendimento (quando o caso) e coordenar a entrada da
assistência. Muitas vezes, dependendo do tamanho do terreiro acumula função de
cambonagem.
Deixemos
bem claro que todas as funções são importantes dentro da organização de um
Terreiro e nenhuma é melhor ou pior que a outra, o respeito e a disciplina deve
sempre ser elementos básicos da convivência entre todos, deve-se tomar muito
cuidado com a vaidade e a inveja, sentimentos que devem ser sempre repudiados
por todo e qualquer umbandista.
A gira
mediúnica é o auge de uma reunião
umbandista que é dividida em três momentos básicos a saber:
-abertura,
momento que se evocam as forças e entidades espirituais e se invocam as
bênçãos, proteções, pedidos e auxílios;
- a gira
mediúnica, instante em que os médiuns incorporam as entidades espirituais para
atendimento ao público;
-encerramento,
ou seja, o término da reunião, em que se agradece a assistência das forças e
entidades espirituais.
Os ritos e
liturgias utilizadas nas reuniões do movimento umbandista, variam de terreiro
para terreiro, assim, como também, pode se diferenciar a decisão de como se
processa a gira mediúnica, que tipos de entidades se fará presente e como
deverá se proceder o atendimento ao público.
Isso
acontece, por que os terreiros são células religiosas que se adequam a
coletividade que os rodeia, oferecendo dentro de um determinado padrão mínimo,
os ritos, as liturgias, as manifestações espirituais que mais afinizem com os
adeptos e o público que freqüenta determinada casa.
A Função da
umbanda é isso, atender as necessidades espirituais essenciais do indivíduo,
mesmo que este processo se inicie por resolver suas necessidades materiais
básicas, permitindo um equilíbrio mínimo da sua existência.
Proporciona-se
assim, condições estáveis a alma para realizar vôos evolutivos mais altos e abrir
sua consciência a entendimentos mais profundos e finalmente se religar a Deus.
Através do
que já falamos, podemos chegar a conclusão que o atendimento ao público é o
objetivo primordial de todas as reuniões de um terreiro.
As pessoas
que se encaminham a uma casa espiritual umbandista, possuem expectativas, estão
ansiosas para encontrar a solução de seus problemas, desejam sair dali pelo
menos reconfortadas, com esperança etc.
O público,
portanto, deve ter um tratamento especial por parte dos dirigentes, dos
organizadores e do corpo mediúnico da casa.
Tudo deve
ser voltado para se fornecer um bom atendimento ao público presente.
Devem ser
bem recebidos, encaminhados a um local apropriado para assistirem a reunião,
informados de como se processará o andamento da mesma, como deve ser o seu
comportamento durante os trabalhos, em qual momento e como devem se dirigir aos
médiuns incorporados, se houver necessidade de se retirar antes da gira
terminar como fazê-lo, devem também ser indicados a eles os banheiros, aonde
beber água etc. É de bom tom, que o dirigente em algum instante na abertura,
faça uma pequena e rápida preleção (palestra) trazendo para o público,
informações, avisos, ensinamentos e doutrina.
Na gira
mediúnica devem incorporar somente os médiuns que já tiverem mais experiência e
estejam, como dizemos comumente, mais bem afirmados com suas entidades.
Desenvolvimento
mediúnico deve ser uma reunião a parte e fechada ao público.
Após todos
os médiuns incorporarem, os cambonos (pessoas que dão assistência as entidades
espirituais e ajudam na organização durante a reunião) devem encaminhar o
público para o atendimento.
O restante
do corpo de adeptos, que não estiverem incorporados, devem sustentar a gira dos
que estão em trabalhos mediúnicos através dos cânticos, de bons pensamentos e
intenções.
É
necessário, que se mantenha o bom nível vibratório, para que os trabalhos
espirituais aconteçam em segurança e bem equilibrados. Todo o público deve ser
atendido, sem exceção.
Uma reunião
umbandista é algo bonito de se ver, os cânticos, as orações, as firmezas, os
trabalhos e os instrumentos de axé, formando um conjunto harmonioso de sons, as
guias, a decoração do ambiente, as imagens e símbolos do altar e mesmo a forma
como se processa os ritos e liturgias enche os olhos e ouvidos de quem vem
participar.
Visual e
som somam-se a um sem número de detalhes para permitir a harmonização de todos
os presentes, mas tudo isso não é um espetáculo, nem uma encenação para agradar
o público.
Muitas
casas umbandistas se ressentem pela existência de muito pouco ou quase nenhum
público.
Geralmente
são sempre as mesmas pessoas que se repetem em todas reuniões. Quando tem a
casa lotada sempre é por ocasião de festas, comemorações e louvações especiais.
O terreiro
já tem lá seus anos de existência, é um local bem decorado, limpo, asseado, de
ambiente agradável e bastante arejado e iluminado.
Os adeptos
presentes em grande número, com um fardamento impecável, guias no pescoço e
todos os adereços e material de trabalho de suas entidades.
A reunião
tem todo um processo organizado, bem estruturado, desde a abertura até o
encerramento.
A
hierarquia da casa é plenamente identificada, pais e mães pequenas, cambonos, auxiliares
etc.,
Esta
hierarquia, decorre da necessidade de equilibrio entre a liberdade e a
autoridade, que geram a disciplina e as leis que regem essa disciplina e que
podem ser mutáveis em função da época, da fase e da estrutura social da
comunidade formada pelo terreiro.
Cada
terreiro tem sua norma de bem-viver adaptada a expanção uniforme direcional,
fazendo com que a disciplina seja consciênte, livre e com base na razão e na
compreensão, toda disciplina aceita e reflete a afirmação da personalidade dos
dirigentes.
Na umbanda,
a hierarquia é direcional não como com detenção de poder, mas o objetivo do que
foi, é e será.
O passado e
a experiência adquirida. o presente é o trabalho, é a luta de cada dia para
semear os frutos de amanhã.
O fruto
será a colheita do que se plantou no presente, por coseguinte uma boa semelhada,
dará uma boa colheita, se o presente estiver atento.
Precisamos,
acima de tudo, entender esse estágio evolutivo e organizar cada vez mais a
nossa Umbanda, a nossa religião, para que no Plano Astral ela possa ter uma
função muito mais clara, porque, com a consciência, nossas entidades poderão
trabalhar com muito mais satisfação, porque a consciência os levou a um plano
de participação cósmica, inserindo-os no equilíbrio universal, no amar o
próximo, no dar e receber.
Essa é a
Lei do Equilíbrio, a Lei do Processo Evolutivo.
Precisamos
respeitar os cultos e as formas de direcionar o pensamento ao Divino.
Não podemos
transformar a nossa religião em um amontoados de lendas e mistificações, de
metáforas e metafísica.
A nossa
religião é simples, é a religião da
vida, e a religião do Divino em nós.
Fiquem em
paz.
Saravá,
meus irmãos de Fato e de Direito dessa iluminada, abençoada e magnânima Umbanda
de Todos Nós.
Salve os
ares de Ogum, o grande guerreiro cósmico pacificador.
Salve
Saturno com seus 36 anos de Glórias, Bençãos e Graças.
Salve a
verdadeira Raiz de Guiné!!!
Salve a
verdadeira Umbanda!!!
Salve nossa
Raiz sagrada!!!
Salve nosso
Pai Yorimá!!!Pakasha!!!
Salve nossa
Mãe Yemanjá!!! Haba!!!
Salve nosso
Pai Xangô !!!Uarada!!!
Salve nosso
Pai Yori!!! Zaiatza!!!
Salve nosso
Pai Ogum!!! Eamaka!!!
Somos o que
há para alegria, agradecimentos, lealdade e transparência de muitos e inveja,
desacerto, desvio, desespero de poucos..bem poucos...
Vão-se os
cascalhos...ficam os DIAMANTES!!!
Falem bem,
falem mal, mas falem de nós...
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