terça-feira, 8 de setembro de 2015

7 erros encontrados na pintura do quadro de José Américo sobre a Independência do Brasil.


No quadro “Independência ou Morte” de 1888, Pedro Américo retrata um jovem Dom Pedro I a erguer a sua espada a 7 de Setembro de 1822, nas margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, no momento em que anuncia a ruptura dos laços de união política com Portugal. Também conhecido como “Grito do Ipiranga”, a obra é considerada um marco biográfico visual da proclamação da independência do Brasil.
No entanto, até que ponto o quadro serve como uma “fotografia” deste momento histórico do país?
No 193º. aniversário da independência do Brasil, o Observador recuperou os trabalhos de Cecília Helena de Salles Oliveira, diretora do Museu Paulista e autora do livro “O Brado do Ipiranga”, e da escritora Juliana de Faria, responsável pelo livro “Independência Ou Morte”, citados pelo site iG e pelo jornal Estadão, respectivamente, para apontar 7 imprecisões históricas no quadro de Pedro Américo.
O pintor nasceu em 1843 (21 anos depois do episódio histórico), e começou a trabalhar no quadro em 1885 a pedido de Dom Pedro II, então imperador do Brasil. Pedro Américo morava em Florença, em Itália, e fez uma viagem ao Brasil para estudar a topografia e a luz da região do Ipiranga.
O quadro foi finalizado em 1888, 66 anos após a independência do Brasil, e foi colocado inicialmente no Palácio do Governo. Com 4,15m de altura por 7,60m de comprimento, a pintura chegou em 1894 à sua casa definitiva, o atual Museu Paulista, localizado no  Parque da Independência, local onde Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil.
O pintor José Américo reconhece as liberdades que tomou no desenvolvimento da obra. Numa carta enviada junto ao quadro, o autor defendeu o seu trabalho.
A realidade inspira e não escraviza o pintor. Inspira-o aquilo que ela encerra digno de ser oferecido a contemplação publica, mas não o escraviza o quanto encobre contrario aos desígnios da arte, os quais muitas vezes coincidem com os desígnios da historia”, explica.

A guarda do imperador. Historiadores apontam que a comitiva que acompanhava D. Pedro no momento da proclamação da independência do Brasil era composta por apenas 9 ou 10 pessoas.

Rio Ipiranga. Segundo a localização dos personagens na pintura, o rio Ipiranga está muito próximo da Casa do Grito e deveria encontrar-se atrás de quem observa o quadro.

As roupas. De acordo com algumas investigações, o grupo de D. Pedro estava a utilizar roupas de algodão, mais apropriadas para o desgaste de viagens. Além disso, os soldados que aparecem vestidos de branco são os Dragões da Independência, o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, e não estavam presentes no momento.

A Casa do Grito. A pequena construção, nomeada em homenagem ao grito “Independência ou morte” de D. Pedro, não existia em 1822. O seu primeiro registro é de 1884, 62 nos após o evento.  

 Cavalos . O principal meio de transporte da época para longas viagens do imperador eram mulas, pois resistiam melhor às dificuldades do terreno e as variações de temperatura.

José Américo. O homem que aparece no fundo do quadro à esquerda é o próprio pintor, José Américo. Ele, no entanto, não estava presente, pois nasceu 21 anos depois do evento.


Participação popular. A pintura mostra alguns homens a presenciar a proclamação da independência, fato questionado pelos historiadores, devido à falta de registros históricos de povoamento na região do Ipiranga.

P.S.: A enganação, mentira, hipocrizia é antiga nesses Brazis com Z, rs. 


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